Artigos Postado no dia: 23 abril, 2025

Marketing Pessoal na Advocacia: como fazer sem infringir regras da OAB?

Marketing Pessoal é uma ferramenta poderosa para advogados que desejam fortalecer sua presença profissional e conquistar a confiança do público. Mas na ânsia por mostrar uma boa imagem, atrair atenção e interesse, muitos advogados correm o risco de praticar condutas que se encaixem como sensacionalismo, ostentação, captação de clientela ou outras práticas de marketing pessoal não admitidas pela OAB.

Afinal, a atuação do advogado e a publicidade advocatícia estão submetidas a normas de conduta, previstas no Código de Ética e Disciplina da OAB, no Estatuto da Advocacia, no Provimento 205/2021 e outros atos normativos.

Nesse artigo, vamos entender melhor como o marketing pessoal se encaixa nesses atos e como fazê-lo de forma efetiva sem correr riscos, sem comprometer sua imagem perante a OAB!

 

O que é marketing pessoal?

Marketing pessoal é um conjunto de ações praticadas para promover a imagem profissional de uma pessoa — neste caso, um advogado ou advogada.

É diferente do marketing de uma empresa ou outro tipo de organização. No marketing pessoal, estamos mais preocupados em transmitir e ressaltar atributos individuais, como autoridade, credibilidade, conexão pessoal, reputação e valores. Alguns desses atributos também são foco do marketing empresarial, mas com o diferencial de que no marketing pessoal temos uma figura humana como centro e queremos fazer com que outras figuras humanas a respeitem, admirem e se sintam conectadas com ela.

Na prática, fazer marketing pessoal pode incluir ações como:

  • gestão da imagem e reputação (desde a consultoria de imagem até a gestão de crises);
  • gestão de redes sociais com conteúdo relevante e profissional;
  • marketing de conteúdo (produção de artigos, vídeos e outras formas de conteúdo informativo para reforçar a expertise da pessoa);
  • participação em eventos;
  • construção de relacionamentos com o público, imprensa e comunidade especializada.

No caso da advocacia, o marketing pessoal precisa sempre zelar pela discrição, sobriedade e finalidade exclusivamente informativa da comunicação. O foco deve ser em educação jurídica, não em autopromoção excessiva, sempre evitando o sensacionalismo e a ostentação.

 

Recomendações da OAB quanto ao marketing pessoal

A OAB permite o marketing pessoal, desde que ele esteja de acordo com os seus princípios da ética profissional. A base normativa para isso inclui:

  • Código de Ética e Disciplina da OAB: por exemplo,
  • o artigo 7º proíbe a captação de clientela;
  • o artigo 28 permite a divulgação de serviços profissionais, desde que com discrição e moderação e para finalidade exclusivamente informativa, sendo vedada a divulgação em conjunto com outra atividade;
  • o artigo 32 permite que o advogado apareça na imprensa para se manifestar profissionalmente, mas sempre com objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional
  • Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94): por exemplo, artigo 34 tipifica como infração disciplinar a captação de clientela;
  • Provimento 205/2021 da OAB: por exemplo:
  • o artigo 3º dispõe que a publicidade profissional deve ter caráter meramente informativo e deve ser pautada pela discrição e sobriedade, vedando:
  • o uso de expressões persuasivas, de autoengrandecimento ou de comparação;
  • a divulgação de informações que possam induzir a erro ou causar dano a clientes;
  • o anúncio de especialidades para as quais o advogado não possua título certificado ou notória especialização;
  • entre outras condutas.

Além dos atos normativos acima, espera-se que em breve, ainda no ano de 2025, a OAB lance também um Código que regulamente a proibição de ostentação (que vem sendo chamado de “Código antiostentação da OAB”). Essa iniciativa foi noticiada em fevereiro de 2025 e segundo o Presidente da OAB, Beto Simonetti, terá a finalidade de evitar que “redes sociais sejam usadas para prometer solução de grandes casos, nem para grande exposição de fortunas ou para transmitir uma sensação de riqueza”.

Tudo indica que a OAB continua bastante atenta à forma como as disposições dos atos normativos acima citados vêm sendo aplicadas. O marketing pessoal é aceito, mas a OAB não admite que seja feito mediante sensacionalismo, ou mecanismos que causem dano à sobriedade da advocacia e ao público.

 

5 dicas simples para evitar incorrer em riscos ao fazer marketing pessoal na advocacia

O marketing pessoal pode ser muito útil e efetivo para fazer um advogado ou advogada se tornar conhecido, respeitado, admirado; pode ser um importante fator de ganho de visibilidade ou reposicionamento de imagem no mercado.

Mas na busca desses objetivos, é importante:

  1. Evitar ostentação e autopromoção exagerada
    Mostrar conquistas pode ser válido, mas exibir amostras do seu padrão de vida como estratégia de marketing pessoal fere diretamente as normas da OAB.
  2. Usar sua imagem com cuidado e sobriedade
    A aparência visual comunica muito. É fundamental expor-se de forma discreta, evitando poses ou cenários que possam remeter a ostentação, muito foco no corpo, nas roupas, no luxo do escritório etc. Prefira fotos em ambientes profissionais, com trajes adequados e uma postura coerente com a ética da profissão.
  3. Preferir conteúdos informativos e educativos a conteúdos muito pessoais ou que se destinem a listar as qualidades do advogado
    O foco deve ser ensinar algo ao público, e não descrever-se como o melhor profissional. Dicas jurídicas, explicações de termos técnicos e atualizações legais são exemplos de conteúdo aceitável. Lembre-se que o advogado deve ser um instrumento para a promoção do conhecimento que usa em seu trabalho; o “produto” é a informação, não o advogado.
  4. Tomar cuidado ao usar gatilhos de urgência ou escassez
    Estratégias comerciais como divulgar o percentual de êxito oferecido, ofertar descontos ou usar frases como “últimos horários para consulta gratuita” pode ser interpretado como prática mercantilizatória ou de captação indevida de clientes;
  5. Ser coerente entre o que comunica e o que pratica
    A credibilidade do marketing pessoal vem da autenticidade. Se você fala sobre ética e responsabilidade, mas publica conteúdos sensacionalistas, isso vai prejudicar sua imagem e pode até gerar processos disciplinares.

 

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Alexandre de Souza Teixeira

Head – Sócio Fundador da IN COMPANY e especialista em marketing médico e saúde em geral.

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