
Você certamente já ouviu falar em “atendimento humanizado”, mas já pensou o que isso pode significar no marketing jurídico?
O marketing jurídico humanizado é uma abordagem que tem chamado a atenção por propor uma mudança na mentalidade de cultura jurídica tal como a conhecemos. Naturalmente, a advocacia sempre teve a finalidade de servir o cidadão; mas o marketing jurídico humanizado propõe repensar as formas como isso é feito nas vias digitais.
O inbound marketing e o branding são ferramentas que podem te ajudar a aplicar esse conceito para não apenas atrair mais clientes, mas também, atrair os clientes certos, conquistá-los e fidelizá-los.
Acompanhe a leitura para saber mais sobre isso!
O que seria o marketing jurídico humanizado?
Também chamado ou associado a tendências como people marketing ou human 2 human (H2H), o marketing jurídico humanizado é uma expressão usada para se referir a abordagens de marketing na advocacia que colocam o ser humano no centro da comunicação conduzida por advogados.
Parece uma explicação muito genérica ou vaga, mas se pararmos para pensar, ficará fácil entender que o ser humano nem sempre é a preocupação principal de quem advoga de forma padronizada, automática, repetindo padrões e rotinas da cultura jurídica tradicional.
Quantos advogados se preocupam mais em saber se o cliente está entendendo o que ele explica, do que em usar os termos técnicos corretos e o jargão jurídico que aprendeu lendo doutrinas? Quantos advogados se sentem confortáveis em abrir mão dos padrões de escrita jurídica e acadêmica ao publicar artigos em seu blog jurídico?
Isso não é uma crítica à advocacia ou à cultura jurídica: é apenas um convite à reflexão de que é importante construir pontes entre essa cultura e as pessoas que você quer atender.
O marketing jurídico faz uso de técnicas e estratégias do marketing digital, comunicação e branding para atingir resultados. Algumas dessas técnicas envolvem adaptação na escrita e na abordagem ao cliente. Isso não quer dizer que você precisará usar linguagem coloquial, gírias, humor ou artifícios sensacionalistas de marketing: significa apenas que, ao se comunicar e planejar seu relacionamento profissional e atração de novos clientes, vai buscar formas acessíveis e se colocar no lugar do cliente para entender qual é a melhor forma de ser abordado.
Em vez de focar apenas em serviços ou tecnicalidades, essa estratégia visa criar conexões reais, transmitir empatia e oferecer conteúdo que realmente ajude as pessoas a entenderem seus direitos e se relacionarem com profissionais do Direito.
Você não precisará deixar de ser quem é nem abrir mão da dignidade da advocacia – inclusive, a OAB sequer permite isso! Manter a credibilidade e sobriedade da advocacia é fundamental, é obrigatório, e é perfeitamente possível mesmo se o seu foco for entender e atender melhor o seu cliente.
Uma das formas pelas quais você pode alcançar isso é com o inbound marketing e ajustes na sua estratégia de branding.
Como usar inbound marketing e o branding para fazer marketing jurídico humanizado, atraindo clientes com ética e empatia
O conceito do marketing jurídico humanizado se encaixa perfeitamente nas estratégias de inbound marketing e branding, e estas duas ferramentas são perfeitas para que você consiga atrair, conquistar e fidelizar clientes de forma ética e mais empática.
Afinal, ambos podem servir à atração de clientes com conteúdo de valor e a nutrição de um relacionamento baseado no interesse espontâneo, em vez de interromper suas rotinas com abordagens invasivas ou apelativas.
Vamos entender cada um deles:
Inbound marketing
O inbound marketing (marketing de entrada) funciona por meio da distribuição de conteúdo relevante pensado para cada etapa da jornada do cliente. Ou seja: em vez de “vender” diretamente o serviço jurídico (o que não é nem mesmo permitido pela OAB), o advogado cria conteúdo que informa, educa, transmite autoridade e confiança. Depois, ele distribui e posiciona esse conteúdo nos canais adequados para que ele seja encontrado e consumido pelo seu potencial cliente.
Isso também é marketing jurídico humanizado: é respeitar a jornada de compra do cliente e entregar a ele apenas aquilo que ele mesmo já demonstrou que tem interesse.
Branding
O branding, por sua vez, é a construção da identidade e da reputação da marca. “Brand” em inglês significa marca, e o sufixo “ing” em inglês é usado para verbos no gerúndio. Logo, “branding” é a marca em movimento.
A famosa estrategista de marcas brasileira Ana Couto costuma falar que a marca “é, faz e fala”. Branding é isso! É não apenas criar a marca, mas também geri-la, cuidar para que ela seja uma entidade ativa que norteia toda a comunicação e os serviços da empresa. É transmitir, de forma contínua e coerente, os valores humanos que você deseja associar à sua marca. Tudo isso passa não só pelo que é dito, mas também por como se diz (tom de voz, estética visual, postura nas respostas aos comentários etc), pelas ações de comunicação adotadas, até mesmo pela escolha ou rejeição dos canais de distribuição do seu conteúdo.
Combinando inbound marketing e branding para humanizar o marketing jurídico
O branding é uma premissa: a criação e definição dos valores da marca do seu escritório vem antes de tudo. A partir disso, as ações que você pratica devem seguir esse tom.
O inbound marketing, por exemplo, usa ações como o CRM, automação de e-mails para funil de vendas, produção de conteúdo com técnicas de copywriting e SEO, tráfego pago etc. Mas a execução dessas estratégias deve ser coerente com o branding. Por exemplo: se você já definiu que a sua marca vai adotar um branding mais minimalista, lidando com estratégias de escassez etc, “lotar” a caixa de e-mail do seu lead com mensagens constantes não é uma estratégia coerente, isto é, não vai fazer a marca do seu escritório ser enxergada como você pretende.
Além disso, as estratégias de inbound marketing permitem segmentar e planejar conteúdos com base nos interesses reais do público. É importante respeitar isso, não apenas para garantir uma abordagem humanizada, mas também para alcançar o público certo e conseguir os resultados que você quer.
Outro ponto essencial é a escolha dos canais certos. Redes sociais como Instagram e LinkedIn, blogs jurídicos e newsletters são ótimos meios para aplicar o conceito do marketing jurídico humanizado. Ao criar um funil de relacionamento genuíno, com conteúdos que informam, acolhem e mostram os valores do escritório, é possível atrair e reter clientes que se identificam com sua forma de atuar.
Importante lembrar que, ao falar de assuntos sensíveis ou de alta carga emocional, como causas familiares, criminais ou previdenciárias, o cuidado deve ser redobrado. Nesse contexto, a empatia é ainda mais crucial.
Combinando estratégias de branding e inbound marketing para um marketing mais humanizado, você evita cair em práticas proibidas pela OAB (como a captação direta de clientela), e, ao mesmo tempo, se posiciona como autoridade de forma natural e respeitosa.
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Alexandre de Souza Teixeira
Head – Sócio Fundador da IN COMPANY e especialista em marketing médico e saúde em geral.
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