Artigos Postado no dia: 18 fevereiro, 2025

IA na produção de conteúdo jurídico: como aproveitar sem ficar refém dela!

IA na produção de conteúdo jurídico pode trazer um ganho de tempo e eficiência gigantes. Mas será que você pode, ou deve, confiar 100% nos produtos gerados pela IA? Será que essa é uma boa estratégia? E será que a OAB permite isso?

Na verdade, ficar refém da IA para produzir conteúdos jurídicos não é uma boa ideia, nem do ponto de vista ético, nem mesmo como estratégia de marketing. Além dos riscos relacionados à veracidade e qualidade do conteúdo gerado pela IA, essa prática pode tirar toda a pessoalidade e estilo das suas comunicações, além de violar a esfera das atividades que são privativas da advocacia.

Mas se você entender o jeito certo de usar a IA como um assistente de produção de conteúdo, aí sim, poderá produzir conteúdos de qualidade, de forma mais rápida, e sem correr riscos perante a OAB.

Nesse artigo, vamos falar mais sobre como fazer isso!

 

O que a OAB diz sobre o uso de IA na produção de conteúdo jurídico?

Em novembro de 2024, o Conselho Federal da OAB aprovou recomendações elaboradas pelo Observatório Nacional de Cibersegurança, Inteligência Artificial e Proteção de Dados para o uso da Inteligência Artificial (IA) na prática advocatícia.

Essas recomendações não tratam especificamente sobre a publicidade advocatícia ou produção de conteúdo jurídico com fins de marketing. Porém, elas certamente se aplicam e trazem direcionamentos importantes que devem ser observados pelos advogados e demais profissionais que se envolvem na produção de conteúdo para fins de marketing jurídico.

Entre essas recomendações, destacamos:

  • Proibição de delegação à IA de atividades privativas de advogado, inclusive o julgamento profissional, que deve ser sempre supervisionado;
  • Obrigação de confidencialidade e sigilo profissional dos dados dos clientes ao incluí-los em sistemas de IA;
  • Direito do cliente de interagir com um ser humano mediante solicitação, não podendo a comunicação entre advogado e cliente ser feita apenas a partir de conteúdo gerado por IA generativa;

Mas sem dúvidas, a recomendação da OAB sobre uso de IA que consideramos mais importante é a que consta no item 3.3 do documento: “A dependência excessiva de ferramentas de IA é inconsistente com a prática da advocacia e não pode substituir a análise realizada pelo advogado“. No contexto do marketing de conteúdo jurídico, o que essa recomendação significa é que não podemos usar apenas conteúdos produzidos por IA, sendo imprescindível que haja um olhar e atividade humana na produção de conteúdo.

O documento completo de recomendações pode ser acessado em: https://s.oab.org.br/arquivos/2024/11/c288f9cd-c844-4bd6-b2ee-0fde4168c56a.pdf

 

Como tirar o melhor proveito da IA na produção de conteúdo jurídico

Mesmo atendendo às recomendações da OAB, ainda há campo para uso da IA na produção de conteúdos de marketing jurídico de forma ética, eficaz e proveitosa.

Pensando nisso, preparamos algumas dicas para você tirar o melhor proveito dessa funcionalidade:

 

Seja um bom “chefe” para a IA: saiba o que delegar e comunique-se claramente

Nem sempre a IA precisa fazer tudo sozinha. Aliás, quanto mais você se envolver e menos depender da IA para fazer tudo, melhor deve ser o resultado. Pense nisso ao elaborar seus prompts para pedir ajuda da IA para produzir conteúdo.

Você pode, por exemplo, expor suas ideias sobre o que quer escrever, inclusive mencionando teses que quer citar, e deixar que a IA faça apenas a “digitação” do conteúdo e a revisão geral sob o aspecto da gramática e linearidade do texto.

Por exemplo: em vez de pedir que a IA produza um artigo sobre direitos trabalhista da mulher gestante (o que seria um prompt genérico e certamente geraria um resultado também mais genérico), você pode: citar quantos direitos você quer abordar no texto, explicar quais fontes você quer ou não usar, se quer citar artigos de lei ou se não é necessário, delimitar quantos subtítulos você quer no texto, que tipo de informações quer inserir na introdução e na conclusão/CTA…

Não deixe a IA “se virar sozinha”: dê direções para que ela faça as coisas do jeito que você valoriza!

Inclusive, é muito importante que você dê essas direções de forma clara, organizada, em bom português. Você pode até mesmo reforçar as prioridades e coisas mais importantes que você quer. Quanto mais refinado for o seu prompt, melhor a IA poderá lê-lo e segui-lo exatamente do jeito que você quer.

 

Use a IA como “completadora”

A IA pode ser uma excelente assistente para finalizar, reestruturar ou preencher lacunas do seu texto.

Se você fornecer ao menos algumas partes do que puder escrever, deixando claro o que você quer que a IA faça com o restante, as chances de ter um produto final de qualidade são melhores, pois a IA irá seguir a mesma linha de argumentação que você já iniciou, e possivelmente, seguindo também o seu estilo de escrever.

 

Use as ferramentas de transcrição de áudio para enviar prompts rápidos e objetivos

IAs como DeepSeek e ChatGPT já contam com dispositivos de transcrição que te permitem gravar áudios, para que estes sejam transcritos para texto e atuem como prompts.

Essa ferramenta pode ser bastante útil para acelerar a produção de conteúdo!

Você pode, por exemplo, usá-la como ferramenta de “feedback” sobre um texto elaborado pela IA, explicando o que gostou, o que precisa revisar etc. Assim, você ganha bastante tempo.

Porém, quando se trata de prompts de maior complexidade, pode ser mais recomendável redigi-lo (conforme mencionamos anteriormente), já que é mais importante ter direcionamentos claros nos quais a gramática, espaçamentos, bullet points etc fazem maior diferença. Ou, pelo menos, revise o texto gerado pela ferramenta de transcrição.

 

Revisar sempre!

A revisão humana é uma das principais recomendações da OAB quanto ao uso de IA na advocacia. No marketing, não é diferente!

Veja a IA como um estagiário ou aprendiz: por mais eficiente que seja, você precisa revisar seus atos e usar sua experiência para corrigir falhas de percurso.

Além disso, a revisão é importante para finalizar textos e documentos nos quais você pode precisar anonimizar dados ou referências.

 

Quer continuar aprendendo sobre marketing jurídico sem ferir o código de ética da OAB?

Então, aproveite as oportunidades abaixo:

 

 

 

 

 

 

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Alexandre de Souza Teixeira

Head – Sócio Fundador da IN COMPANY e especialista em marketing médico e saúde em geral.

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