A ética é um princípio fundamental em todas as áreas profissionais. E como aplicar a ética no marketing médico? Essa parece ser uma questão intuitiva e de mero bom senso, mas o fato é que existem regras explícitas sobre ética em profissões como a Medicina. Ou seja: os Conselhos de Classe estabelecem normas a se seguir para que se mantenha a ética, inclusive na publicidade e marketing digital.
Neste artigo, vamos entender de forma prática o que significa a ética para o CFM.
O que o CFM diz sobre ética médica
O Conselho Federal de Medicina (CFM) tem a função de estabelecimento das diretrizes e normas sobre os padrões éticos a serem adotados na Medicina. Ele o faz por meio de Resoluções como a Resolução CFM nº 1.974/2011, que regulamenta a publicidade médica, e a Resolução CFM nº 2.336/2023, que revogou a Resolução anterior.
Juridicamente falando, o CFM não é supremo na regulamentação da ética médica. Acima do seu poder normativo estão atos normativos como o Decreto-Lei n. 20.931/32, que regula e fiscaliza o exercício da Medicina no Brasil.
Mas para fins de regulamentação da publicidade, as principais normas que você precisa conhecer são as que mencionamos acima.
Uma das principais diretrizes do CFM nesse sentido é a proibição da autopromoção excessiva e sensacionalista. O CFM também enfatiza a importância de manter a seriedade e a responsabilidade ao divulgar informações médicas online. Além disso, destaca a necessidade de respeitar a privacidade dos pacientes, evitando a exposição inadequada de casos clínicos.
É vital compreender que as diretrizes do CFM não buscam restringir a presença online dos médicos, mas sim garantir que essa presença seja ética, transparente e benéfica para os pacientes, para a sociedade e a dignidade da profissão médica.
5 dicas para aplicar ética médica no marketing digital:
- Respeite a privacidade e direito de imagem dos pacientes: proteger a privacidade e os direitos dos pacientes deve ser uma prioridade. Fotos de pacientes podem ser usadas em conteúdos educativos, com autorização.
- Evite sensacionalismo: O uso de táticas sensacionalistas para chamar a atenção pode comprometer a credibilidade ética. Mantenha a sobriedade ao apresentar informações, evitando linguagem excessivamente persuasiva ou alarmista.
- Seja comedido ao se divulgar: a autopromoção vaidosa também pode ser um problema. Até mesmo as selfies são objeto de regulamentação do CFM, que diz que elas não podem ser postadas com objetivos sensacionalistas ou de concorrência desleal.
- Baseie-se sempre em fundamentos científicos sólidos: fundamente suas afirmações e promoções em evidências científicas sólidas. O marketing médico também tem função informativa, e por isso, destacar a base científica das informações divulgadas promove a confiança e a credibilidade da sua profissão. Divulgar método ou técnica que não seja reconhecido pelo CFM é expressamente proibido.
- Medicina não é commodity: embora recentemente o CFM tenha passado a permitir a divulgação do valor da consulta médica, é preciso tomar muito cuidado ao abordar valores, condições de prestação do serviço etc. Quanto mais comercial for o tom da sua publicação, mais risco você corre de infringir limites éticos. Venda casada, anúncio de marcas, e promessas de resultados também são proibidos.
Naturalmente, a lista acima não é exaustiva, e traz apenas algumas orientações básicas gerais para manter uma atuação ética ao fazer marketing pessoal na Medicina.
Este é um artigo de natureza meramente informativa.
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Alexandre de Souza Teixeira
Head – Sócio Fundador da IN COMPANY e especialista em marketing médico e saúde em geral.
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