A cultura, o comportamento e os hábitos de consumo das pessoas sempre mudam. O marketing responde a essas mudanças, mas também pode prevê-las ou moldá-las. Esse exercício de pesquisa e futurologia também pode se aplicar ao marketing jurídico.
A futurologia (às vezes chamada de “futurismo”, embora não sejam a mesma coisa) é um campo de trabalho interdisciplinar que conta com várias metodologias científicas e demanda uma expertise própria. Seu escritório pode se beneficiar de algumas ideias delas, mesmo se ainda não tiver condições de contratar esse trabalho especializado. Entenda como!
Futurismo, futurologia… O que tudo isso tem a ver com a advocacia?
O futurismo é, na verdade, um movimento artístico. Mas essa palavra acaba também sendo informalmente utilizada como sinônimo de futurologia.
No início do século XX, o futurismo imaginava como a tecnologia e a velocidade transformariam a sociedade, sobretudo na vida urbana.
Um século depois, já vivenciamos muitas dessas coisas que faziam parte da visão dos artistas futuristas, e ainda buscamos mais. A futurologia é o exercício de imaginar futuros possíveis, analisar dados e tendências com o objetivo de antecipar cenários. A futurologia envolve várias áreas, como a antropologia, sociologia, o marketing, administração e a tecnologia. Está muito ligada ao trabalho dos coolhunters (ou caçadores de tendências) e também dos analistas de dados nas áreas de marketing, business intelligence, design, tecnologia da informação e diversas outras áreas.
E qual é a relação entre futurologia e marketing jurídico?
Bom, a futurologia e o coolhunting também se preocupam em saber como os hábitos de consumo das pessoas devem mudar no futuro. Tudo isso interessa aos analistas e planejadores de marketing. Obviamente, se a forma como as pessoas tomam decisões de compra muda, a forma como elas interagem com a publicidade também muda. É importante se planejar de acordo para conseguir atingir essas pessoas da melhor forma.
Imaginando o futuro do marketing jurídico
O marketing jurídico se apoia em dois eixos: diretrizes da OAB e técnicas gerais de marketing.
O trabalho do Conselho Federal da OAB na regulamentação do marketing jurídico geralmente tem um caráter mais reativo. A OAB regula as condutas de marketing que estão postas na sociedade. Quando surgem inovações na tecnologia e nas formas de fazer marketing, isso pode demandar a necessidade de lançar novas normas.
Já quanto ao aspecto do marketing, ele se renova diariamente, e com o auxílio dos profissionais de futurologia, ele pode até mesmo se antecipar em lançar ou absorver tendências.
Como o seu escritório pode se preparar para o futuro do marketing?
- Observando o comportamento dos clientes e até mesmo dos colaboradores internos para identificar padrões e tendências;
- Mantendo-se atualizado em tecnologia;
- Desenvolvendo fóruns internos de pesquisas e debates sobre inovação;
- Monitorando mudanças legislativas que possam afetar práticas de marketing (normas sobre direito do consumidor, proteção de dados, publicidade, direito digital, propriedade intelectual etc);
- Contando com apoio de profissionais especializados em marketing e outras áreas relevantes (design, pesquisas de mercado etc).
O marketing jurídico do futuro será…
- Cada vez mais nichado, especializado e personalizado;
- Cada vez mais focado em dados.
É praticamente impossível cravar previsões certeiras, mas se há algo que o cenário atual indica, é que o marketing do futuro será cada vez menos massificado. Na verdade, ele já não é. As abordagens customizadas conforme perfis de usuário já são praticamente uma regra. A tendência é que haja uma hipercustomização, que só será possível se houver um forte suporte em dados.
Essa abordagem é perfeitamente compatível com metodologias de marketing já utilizadas hoje em dia, como o inbound marketing. O inbound marketing possibilita abordagens customizadas a partir de um planejamento, executando-as por meio da automatização.
Então, mesmo no presente já existem diversas ferramentas que poderão ser adaptadas aos cenários do futuro, sem prejuízo de que elas se desdobrem em novas ferramentas, e que surjam outras também.
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Alexandre de Souza Teixeira
Head – Sócio Fundador da In Company e especialista em marketing jurídico desde 2005.
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