Já pensou em ter um robô escritor na sua estratégia de marketing digital? A tecnologia evoluiu a ponto de tornar isso possível. Resta saber se investir em conteúdo gerado por inteligência artificial vale a pena…
Neste artigo, vamos analisar como o Google e seus usuários reagem a esse tipo de conteúdo.
Como os robôs escritores invadiram o marketing digital
O marketing de conteúdo gera excelentes resultados, e por isso se tornou uma das estratégias mais populares a partir da década de 2010. Mas para o conteúdo efetivamente alcance o objetivo dentro de um projeto de marketing (isto é: melhorar performance no SEO e gerar cliques, mas também gerar leads e vendas no médio e longo prazo), ele requer esforço de profissionais especializados em:
- planejamento de palavras-chaves
- pesquisa de tendências;
- redação e língua portuguesa;
- técnicas de copywriting;
- SEO;
- conhecimento específico sobre o segmento de mercado e o tema dos artigos.
Logo se percebe que produção de conteúdo para marketing não é algo tão fácil assim. Por isso, naturalmente, há quem queira tornar essa tarefa mais rápida e barata por meio do uso de alguns atalhos.
Conforme os recursos de inteligência artificial (IA) passaram a se tornar mais populares e acessíveis, começaram a ser usados também para a produção de conteúdo.
Assim, surgiram no mercado vários tipos de software de IA especializados em copywriting, capazes de escrever artigos inteiros a partir de um simples comando. Hoje em dia, há “assistentes” de IA para todos os tipos de copy (escrita especializada): escritores de e-mails, blog posts, legendas de redes sociais, roteiros de vídeos, e-books…
Esses softwares são programados para montar frases e parágrafos baseados em informações angariadas de outros conteúdos disponibilizados na Internet. Embora alguns produzam conteúdo de qualidade duvidosa, atualmente estão tão sofisticados que podem perfeitamente convencer alguém de que foram escritos por um humano.
Como o Google classifica o conteúdo gerado por inteligência artificial?
Não há dúvidas de que o conteúdo gerado por IA pode economizar tempo, dinheiro e recursos humanos. Mas será que essa economia vale a pena? Em muitos casos, essa estratégia pode acabar surtindo o efeito contrário no que diz respeito ao ranqueamento no Google.
O Google vê com maus olhos os conteúdos gerados automaticamente ou conteúdos artificialmente produzidos com o único propósito de ranquear bem e driblar a concorrência. Esse tipo de conteúdo sempre foi recriminado pelas diretrizes de pesquisa do Google.
Conforme os mecanismos de geração de conteúdo foram se aperfeiçoando, o Google também precisou sofisticar o seu algoritmo e até mesmo a sua equipe.
Em abril de 2022, durante uma participação em um evento, o analista sênior de busca do Google, John Mueller, afirmou que o conteúdo gerado por inteligência artificial é considerado como spam e é sujeito a “penalidades manuais” (penalidades impostas pelo Google a partir de uma análise feita por um humano).
Nem sempre o algoritmo do Google será capaz de detectar se um conteúdo foi produzido por um humano ou um robô. Por isso, a equipe do Google conta com profissionais que revisam artigos pessoalmente, e se eles entenderem que se trata de um conteúdo produzido por IA, esse conteúdo será “penalizado” nas suas chances de ranqueamento.
Segundo John Mueller, “usar ferramentas de aprendizagem para gerar conteúdo é basicamente a mesma coisa de misturar palavras, encher um texto de sinônimos ou truques de tradução”, e por isso esse tipo de conteúdo é considerado como spam.
Portanto, os conteúdos “escritos” por IA têm uma probabilidade maior de serem “empurrados pra baixo” nos resultados de buscas do Google, podendo assim prejudicar a sua estratégia de marketing.
Marketing de conteúdo gerado por inteligência artificial vale a pena?
O Google não gosta de ser enganado. O seu público também não.
Usar de ferramentas de IA para produzir conteúdo pode minar as suas chances de ser encontrado no Google e atrair leads. Mas além disso, também pode minar as suas chances de converter leads, e conseguir novos clientes.
Os conteúdos que mais engajam e convencem são aqueles que transmitem confiança e conseguem gerar uma conexão com as pessoas, e isso dificilmente é atingido quando o conteúdo não é produzido por pessoas.
Afinal, o grande mérito do marketing de conteúdo não é simplesmente encher o seu site de páginas e artigos com palavras-chave, só mesmo para mostrar ao usuário do Google que você tem um artigo sobre o assunto que ele quer ler. O engajamento acontece na leitura, a partir da sua escrita. E a geração de autoridade acontece a partir das experiências pessoais compartilhadas no artigo com a sua personalidade. Seus leitores percebem essa diferença.
No fim das contas, um artigo de marketing nada mais deve ser do que uma conversa, na qual você fala e gera empatia e conexão com uma pessoa. Se essa conexão acontecer, você ganhará um contato que poderá se tornar um cliente.
Os dois juízes do conteúdo: o Google e o público
O conteúdo escrito por humanos passa pelo crivo do público, que vai responder aos seus artigos conforme se sentirem convencidos e tocados por eles. Isso pode acontecer de forma consciente ou não.
Mas saiba que o Google também investe em algoritmos e pessoal para detectar os conteúdos que transmitem mais informação relevante, bem escrita e bem pesquisada.
Por isso, gerar conteúdos artificiais visando apenas números e cliques é uma estratégia que pode dar errado em mais de uma etapa: tanto na atração (topo do funil) quanto na formação do relacionamento (nutrição de leads – meio de funil; venda – fundo do funil).
Se você quer investir em marketing de conteúdo, acredite no propósito dele! Invista em conteúdos de qualidade, personalizados e produzidos com o objetivo de preencher a necessidade do seu público alvo.
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