O ChatGPT veio pra ficar ou não?
Você já deve ter participado de uma centena de conversas e visto diversos conteúdos sobre a discussão da inserção da tecnologia e inteligência artificial na advocacia. (“Os robôs vão substituir os advogados?”) A resposta é sempre a mesma: a tecnologia pode substituir o homem em várias coisas, mas não em todas. A experiência, criatividade e demais atributos humanos do advogado sempre permanecerá sendo essencial. No marketing jurídico, essa máxima também se aplica: a tecnologia automatiza e simplifica muitos processos, mas a inteligência do profissional de marketing e do advogado ainda fazem a diferença. Porém, nesse artigo, vamos enfrentar questões mais práticas: afinal, o ChatGPT mais ajuda ou atrapalha o marketing jurídico? Quais os problemas práticos que ele pode trazer para sua estratégia? Acompanhe essa análise (que foi escrita por um humano).
O que é o ChatGPT?
ChatGPT é uma plataforma de chatbot lançada pela empresa OpenAI que gera textos a partir de instruções do usuário. O ChatGPT responde perguntas e redige textos, com graus até consideráveis de criatividade (ou seja, não produz apenas textos técnicos).
E como ele faz isso?
O ChatGPT faz uso de uma inteligência artificial que opera com base nas informações e conteúdos disponíveis na Internet. Até o momento em que esse artigo está sendo publicado, o ChatGPT só é capaz de processar as informações disponíveis na Internet até o ano de 2021.
Qual é o impacto do ChatGPT no Direito?
O ChatGPT está ganhando grande relevância por causa da sua impressionante capacidade de realizar tarefas.
Nas redes sociais, advogados e estudantes de Direito têm compartilhado suas experiências com o chatbot, algumas positivas, outras nem tanto.
Algumas pessoas chegaram a dizer que o teor dos textos gerados pelo ChatGPT são do mesmo nível do trabalho produzido por um estagiário ou analista, mas que não se pode dispensar a validação desses textos por um especialista.
Nos Estados Unidos, a mídia destacou uma experiência negativa com respostas do ChatGPT a perguntas sobre a Suprema Corte, conforme destacou um artigo do site Conjur.
Mas apesar de toda essa repercussão, a ideia por trás do ChatGPT não é nova. Os robôs jurídicos e outras inteligências artificiais já são usados na advocacia há algum tempo.
Inclusive, a tendência é que surjam outras opções de chatbots redatores no mercado. O TJMG anunciou o desenvolvimento de uma inteligência artificial para gerar textos administrativos, o Sistema Assistente Virtual de Inteligência Artificial (Savia). O próprio Google anunciou no início de fevereiro de 2023 que lançará também uma inteligência artificial com funcionalidades similares ao ChatGPT, o Bard.
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Conteúdo gerado por inteligência artificial vale a pena?
O ChatGPT pode ser usado no marketing jurídico?
Nossa resposta honesta para você é: sim, o ChatGPT pode ser usado para planejar pautas e redigir textos usados em estratégias de marketing jurídico.
O ChatGPT funciona razoavelmente bem para produzir o copy. Por isso, pode ser usado para redigir:
- posts em redes sociais;
- planejamento de pauta;
- legendas de Instagram;
- blog posts;
- e-mail marketing e introduções de newsletters;
- e outros conteúdos textuais usados em ações de marketing digital.
A OAB, ao regulamentar o marketing jurídico, determina que ele deve ter um teor informativo. Logo, se o conteúdo deve conter apenas informações (e não a título de consulta, opiniões a título de entretenimento etc), e o ChatGPT produz textos a partir de informações, a princípio, não há problema em usá-lo.
Também não existe nenhuma diretriz da OAB no sentido de que os conteúdos informativos devem ser redigidos por um advogado (embora, na prática, saibamos dos enormes problemas que podem acontecer se delegamos a um leigo a tarefa de escrever sobre um tema jurídico) ou sequer por um humano.
Entretanto, o art. 1º do Provimento 205/2022 do CFOAB determina que o marketing jurídico deve ser “exercido de forma compatível com os preceitos éticos“.
Por isso, sugiro que sempre um humano revise o texto para corrigir possíveis erros, formas de expressar uma informação com o seu jeito, colocar emoção no texto, pois o que vem da ferramenta é um texto mais objetivo e frio.
Porém, se o ChatGPT é usado para fazer apenas a parte técnica e operacional da pesquisa e redação para um conteúdo destinado à publicação com fins de marketing, em tese, ele pode ser usado como suporte no seu projeto de marketing jurídico.
Mas cuidado! Poder não é dever
Sob o aspecto meramente operacional, não enxergamos nenhum empecilho legal ao uso do ChatGPT para produção desse tipo de conteúdo, desde que também haja uma participação ou intervenção humana após a produção do conteúdo. Isto é: o conteúdo deve passar por uma validação humana a fim de certificar de que as informações são verídicas, adequadas, não têm teor que viole as diretrizes da OAB (por exemplo: teor comercial ou que
prejudique a dignidade da profissão).
E não para por aí…
Do ponto de vista do sucesso da sua estratégia de marketing jurídico, também não vale a pena usar o ChatGPT para todos os tipos de conteúdos, ou usar os conteúdos gerados por ele na íntegra, sem ajustes ou uma validação.
Isso porque os conteúdos gerados pelo ChatGPT tendem a ser muito impessoais, ou, a tendência é que todos acabem tendo um estilo muito parecido. Para sua estratégia, isso não é bom! Se você quer se destacar e reforçar a sua autoridade e marca pessoal, usar textos que são parecidos demais com os que todas as outras pessoas estão usando não é o caminho.
É importante que os seus conteúdos carreguem a sua personalidade, a sua identidade, e estejam em sintonia com o seu branding em geral.
Ademais, também é muito importante que você faça uso de experiências pessoais e cases de sucesso do seu escritório (ainda que não os mencione diretamente ou cite nomes) ao produzir seus conteúdos. É isso que fará você ganhar credibilidade, interesse e admiração aos olhos do seu público.
Afinal, texto jurídico que cita apenas artigos de lei e jurisprudências são para os operadores do Direito, não para as pessoas que os contratam!
Dificuldades, problemas e cuidados no uso do ChatGPT no marketing jurídico
Há uma série de discussões de caráter ético-moral, Direitos Autorais, Proteção de Dados e outros tópicos que podem fazer do chatbot redator um recurso problemático.
Enquanto profissionais de marketing jurídico, nós da In Company não podemos emitir uma opinião legal sobre o uso do ChatGPT em geral. Mas podemos te orientar sobre alguns cuidados que você deve ter se quiser usá-lo para redigir seus textos de marketing jurídico:
- Informações falsas: para responder a uma pergunta, o ChatGPT faz uma “ronda” na Internet e tira uma conclusão a partir das informações que encontra. Logo, em tese, ele não está imune às fake news, às informações não comprovadas, incompletas, até mesmo aos memes que simulam realidades alternativas (o chatbot pode tomar uma informação dita em tom de piada como verdade);
- Conclusões equivocadas (erros de tradução, legislação estrangeira etc): além das informações falsas, incompletas ou não comprovadas, o ChatGPT também fica vulnerável aos erros de tradução e/ou diferenças culturais e jurídicas entre diversos países. Por exemplo, ao responder uma pergunta sobre Direito, o ChatGPT pode fazer uso de informações obtidas em sites de outros países, que vão falar sobre o Direito de acordo com a lei deles. Alguns advogados noticiaram que o ChatGPT faz as corretas ressalvas ao fornecer respostas, mas nem sempre;
- SEO: conforme mencionamos em nosso artigo Conteúdo gerado por inteligência artificial vale a pena?, o Google conta com recursos para “penalizar” os artigos produzidos por robôs. Não se sabe ainda se essa conduta vai continuar quando o Google lançar o Bard. Mas a diretriz do Google no sentido de priorizar os conteúdos mais relevantes continua. O Google investe pesado em recursos humanos e tecnologia que “fareja” textos produzidos apenas para gerar “volume” e sem conteúdo relevante.
É verdade que o ChatGPT ainda está em processo de aperfeiçoamento e que o algoritmo tende a melhorar conforme é usado com maior frequência.
Mesmo assim, é sempre bom ter cuidado, e não confiar cegamente em tudo que a inteligência artificial produz.
As agências de marketing jurídico já estão usando o ChatGPT?
Sim, já existem muitas agências usando ChatGPT para fazer copywriting de marketing jurídico.
Isso não é necessariamente um problema (desde que tomados os devidos cuidados que mencionamos nesse artigo).
Mas se você acredita que vale a pena ter um projeto de marketing personalizado, de qualidade, otimizado para se adequar à sua personalidade e seus objetivos, verifique se a sua agência está disposta a fazer o mesmo por você!
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Até a próxima e um abraço.
Alexandre de Souza Teixeira
Head – Sócio Fundador da In Company e especialista em marketing jurídico desde 2005.
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